Atualmente não existe uma doença considerada mental coletiva e contagiosa no sentido literal.
No entanto, eventos traumáticos, estresse social e desafios podem impactar pessoas e até comunidades, gerando impactos na saúde mental em larga escala.
A disseminação de estigmas, a rejeição, a mentalização de idéia de superioridade e inferioridade e a falta de acesso a cuidados podem contribuir para desafios coletivos na saúde mental.
A conscientização, o apoio e o acesso a recursos são essenciais para promover o bem-estar em comunidades.
Graças ao trabalho de muitas pessoas ativistas, o racismo é hoje considerado crime pela lei 14.532/2023, publicada em janeiro desse ano, e ficou equiparada a injúria racial ao crime de racismo. Com isso, a pena tornou-se mais severa com reclusão de 2 a 5 anos, além de multa, não cabe mais fiança e o crime é imprescritível.
Mas, é preciso ainda saber lidar com um racismo que é silencioso, que não agride, nem ofende, mas causa exclusão, rejeição e até discriminação camuflada.
Ás vezes manifestada através do silêncio, do olhar ou do desprezo e que pode afetar drasticamente a vida das pessoas que sofrem, pois além do sentimento de rejeição, pode também afetar o convívio social e até profissional da pessoa que sofre com o preconceito.
Hoje em dia a forma como é encarado o preconceito e a rejeição, é colocado ainda mais peso na pessoa que sofre, com a idéia de uma incapacidade de se adaptar, incapacidade de integração, de aceitar ou perdoar as pessoas que praticam a discriminação.
Questionar e apresentar os diferentes aspectos dessa questão podem ajudar a olhar para a discriminação e preconceito com outro olhar e alavancar o avanço das idéias e assim proporcionar mais bem estar para toda a sociedade.
Para combater o preconceito é preciso haver mais valorização da idéia de valores humanos, respeito, ética e cidadania, desde da escola para que a gente num futuro próximo podermos ver uma sociedade mais equilibrada e com mais bem estar.
1- Existe alguma doença mental coletiva e contagiosa?
O racismo, a discriminação e a xenofobia não é considerado como doenças mentais, mas sim um problema social, cultural e estrutural e que se manifesta através de atitudes discriminatórias e preconceituosas com base em raça ou etnia.
No entanto, é compreensível que a exposição constante ao racismo e suas manifestações possa ter impactos significativos na saúde mental das pessoas.
O termo "contágio" ainda não é aplicável a questões sociais como o racismo.
Mas é uma questão que pode mudar com a evolução do conhecimento.
Por exemplo, a depressão hoje é considerado um transtorno de humor, pois historiacamente o entendimento da depressão evolui com o tempo. Em épocas passadas a depressão pode ter sido interpretada de maneira errada e a compreensão moderna evoluiu e passou a considerar a depressão possível de tratamento.
Assim também deve ocorrer com o racismo, a compreesão de que esse problema é um transtorno de humor, pois nele estão envolvidos sentimentos de ódio, revolta, ilusão, perfeccionismo, egocentrismo, autoritarismo, manipulação, dissimulação e complexo de superioridade.
Pessoas com o pensamento fraco e debilitado de conhecimento absorvem o pensamento de outras pessoas que pairam nas conversações e na atmosfera com facilidade e o contágio se dá pela fraqueza de pensamentos, da confusão de sentimentos, da falta de conhecimento da realidade e falta da noção de ética e respeito. Essas pessoas são facilmente contaminados pela coletividade como um vírus que contagia e adoece a alma e o emocional.
Um dos principais sintomas é a pessoa se sentir mais poderosa pela imposição das suas idéias, pela agressão ou até pelas ofensas contra outras pessoas, ações que já são consequência do adoecimento pela impressão de que existem pessoas com mais valor e outras com menos valor por conta de aspectos exteriores como cor, cabelo, roupa, classe social ou profissional ou etnica e nacionalidade.
2- Existem estratégias para saber lidar com o contágio do racismo da discriminação e da xenofobia?
Para lidar com o impacto do racismo na saúde mental, considere as seguintes estratégias:
1. Educação e Conscientização:
- Esteja ciente dos diferentes aspectos do racismo, seus efeitos e como ele se manifesta. Eduque-se e busque compreender a experiência de pessoas racializadas.
2. Autoconhecimento:
- Reflita sobre seus próprios preconceitos e privilégios. O autoconhecimento é fundamental para promover a mudança e evitar contribuir para práticas discriminatórias.
3. Aliança e Apoio:
- Apoie e alie-se a movimentos antirracistas. Participe de conversas construtivas sobre igualdade e justiça racial. O engajamento ativo é essencial para promover mudanças.
4. Saúde Mental:
- Cuide da sua saúde mental, procurando apoio quando necessário. Isso pode incluir terapia, grupos de apoio, ou mesmo conversas com amigos e familiares.
5. Estabeleça Limites:
- Se necessário, estabeleça limites saudáveis para proteger sua saúde mental. Isso pode incluir limitar a exposição a conteúdos que causam angústia.
6. Promoção da Igualdade:
- Trabalhe para promover a igualdade e a diversidade em seus ambientes, desafiando atitudes discriminatórias e apoiando iniciativas inclusivas.
7. Autocuidado:
- Pratique o autocuidado regularmente. Isso pode incluir atividades que promovam relaxamento, como meditação, exercícios físicos ou hobbies.
8. Participação em Diálogos Construtivos:
- Esteja aberto a conversas construtivas sobre o racismo e participe ativamente de diálogos que visem promover a compreensão e a mudança.
Hoje vemos uma sociedade a nível mundial separativista, intolerante e até destrutiva sem a capacidade de discenimento do bem e do mal e em rumo a destruição coletiva planetária, que só valoriza o poder e o status social, mesmo que isso tenha que custar o sofrimento e até vidas humanas e pior ainda quando é visto como algo normal e aceitável
3- Estaremos ainda a tempo de reverter essa situação caótica que a humanidade se encontra?
É fundamental lembrar que, enquanto indivíduos, podemos desempenhar um papel na promoção da igualdade e na luta contra o racismo, contribuindo para um ambiente mais inclusivo e justo. Que quando a gente se conticientiza que cada um de nós tem o seu valor e merece o respeito e o direito a vida com dignidade, já estamos contriubindo para que esse quadro um dia reverta.
A amizade, a tolerância e o respeito não apenas protegem a saúde mental individual, mas também contribuem para a construção de uma sociedade mais equilibrada e com mais bem estar.
